António Bernardino da Silva Chitas dedicou a sua vida à vinicultura na região de Colares.
O extremo e exigente cuidado com as vinhas em terrenos arenosos, a par da criação de uma Adega, em instalações modernas para a época, nas Azenhas do Mar, junto à Praia das Maças, contribuíram para destacar o Vinho Colares Chitas como um dos melhores da região, amplamente apreciado em todo o país.
“O meu avô chamava-se António Bernardino da Silva Chitas. Era o feitor do Manuel José Colares, que era um homem que exportava vinho para o Brasil. Assistiu à exportação e fazia isso tudo nesse tempo. Era um homem dedicado, um trabalhador distinto.
O Manuel José Colares tinha um filho, o Luís Augusto Colares. Era dono destes terrenos todos aí na área. Como não tinha mais família, distribuiu uma parte destas vinhas e adegas pelo meu avô.
Foi em 1898 que o meu avô começou a parte dele.“
António Bernardino Paulo da Silva
Os filhos de António Bernardino da Silva Chitas – Hermenegildo, João e António (pai de António Bernardino Paulo da Silva) acompanharam-no, desde tenra idade, neste seu projeto de vida, ganhando gosto pela atividade e dando continuidade ao seu sonho.
Em 1898, a Adega Collares Chitas foi, então, fundada por António Bernardino da Silva Chitas.
No ano seguinte, os seus filhos adquiriram algumas adegas particulares que funcionavam na região desde metade do século XIX, alargando a esfera de ação da firma.
Nos primeiros tempos, o vinho era vendido, sobretudo, na região de Lisboa e exportado para o Brasil.
A crise socioeconómica mundial nos anos 30 do século XX teve um forte impacto nas vendas de vinho para o Brasil, afetando os comerciantes da região de Colares.
Um dos irmãos, António Bernardino da Silva Júnior, e o seu filho António Bernardino Paulo da Silva, neto do fundador da Adega, esforçaram-se por fazer face a esta crise, procurando recuperar as exportações do vinho, ampliando a sua distribuição para outros países da Europa e para os Estados Unidos da América.
Em 1944, António Bernardino da Silva Júnior cria a Adega Beira-Mar.
A Adega Beira-Mar foi construída, em 1944, por António Bernardino da Silva Chitas Júnior, pai de Paulo da Silva, num terreno situado junto à estrada que liga a Praia das Maças às Azenhas do Mar.
“O meu tio Joaquim Caetano disse para o meu pai:
– Ó António Chitas, tu não fazes a Adega?
– Faço, faço!
– Olha, António Chitas, se fizeres a Adega, eu dou-te o carneiro!
E deu o carneiro para o dia da inauguração da Adega!
A Adega Beira-Mar foi inaugurada em 1944, na altura da vindima.
O meu pai quis fazer já o vinho cá em baixo.
Naquele tempo, era um almoço no meio da Adega.
Matou-se aqui um porco. A gente tinha porcos, tinha vacas, tinha burros, cavalos…
A gente tinha tudo aqui assim.”
António Bernardino Paulo da Silva
Maria de Jesus, esposa de Paulo da Silva, nasceu em 1936. Conheceram-se no Banzão, onde vivia e trabalhava no escritório do seu pai, Inocêncio Jorge da Silva, o qual tinha uma serração e também se dedicava a negócio do vinho.
Casaram-se em 1961 e, desde então, começou a colaborar também nos trabalhos da Adega Beira-Mar, tendo um papel muito importante no seu funcionamento e crescimento.
A qualidade de um vinho depende de vários factores. É de realçar a exposição da vinha, a natureza do solo, as castas, o sistema de cultura, o cuidado nas várias operações sobre as vinhas, mas também os processos de vinificação, os cuidados no fabrico, na conservação e no armazenamento.
A Adega Beira-Mar tem catorze marcas de vinhos: Beira Mar, Casal da Azenha, Colares Chitas, Ribamar, Beira Mar Reserva ou Garrafeira, Paulo da Silva, Carunchosa, Camejo, Casal Silva, Casal Chitas…
Ao longo do tempo, os vinhos de Colares da Adega Beira-Mar têm sido exportados para vários países:
Brasil, Estados Unidos da América, Holanda, Bélgica, Inglaterra, Alemanha e Noruega
A Adega Beira-Mar e as vinhas de chão de areia têm suscitado curiosidade e interesse por parte de estrangeiros, recebendo diversas visitas desde há muitos anos.
Era frequente os vinhos de Colares serem servidos em banquetes reais ou fazerem parte dos menus de refeições oferecidas a personalidades internacionais no Palácio Nacional de Sintra.
Paulo da Silva lembra a visita da Rainha Isabel II, em 1985.
Dada a sua reconhecida qualidade, os vinhos de Colares chegaram a fazer parte das ofertas da Presidência da República de Ramalho Eanes.
As diferentes marcas de vinhos Colares Chitas, Casal da Azenha, Carunchosa, Ribamar e Paulo da Silva Garrafeiras têm participado em concursos nacionais e internacionais ao longo dos tempos, alcançando diversos prémios mediante a atribuição de medalhas de ouro, prata, menções honrosas.
Sempre a investir em projetos futuros, António Bernardino Paulo da Silva comprou as Caves Visconde de Salreu a 7 de Julho de 1994.
Com capacidade para um milhão de litros, as Adegas de Salreu poderiam armazenar o seu vinho que estava na Junta Nacional de Vinhos, que, entretanto, fechou a dia 30 de Julho de 1994.
A Adega Beira-Mar tinha todos os tonéis e depósitos cheios de vinho.
As Caves foram mandadas construir pelo Visconde de Salreu no Banzão, em 1920. Projectado pelo arquitecto Norte Júnior, o edifício detinha condições muito boas à época para armazenar grandes quantidades de vinho em tonéis.
Mais tarde, já nos anos 60 do século XX, foi dotado com grandes depósitos que permitiam o armazenamento de cerca de um milhão de litros (ver litros), tal era o volume de exportações para o Brasil, Angola, Moçambique e outros países. Os vinhos desta Adega alcançaram grande qualidade.
O espaço tem condições muito especiais para um projecto futuro.
Nascido em 1927, com 93 anos, António Bernardino Paulo da Silva não pára, sempre ocupado e atento a tudo o que se passa nas vinhas, nas adegas, com os vinhos que produzem, com os trabalhadores e com a família.
Para si, o tempo é sempre pouco.
Muitas vezes podemos ouvi-lo dizer:
António Bernardino da Silva Chitas dedicou a sua vida à vinicultura na região de Colares.
O extremo e exigente cuidado com as vinhas em terrenos arenosos, a par da criação de uma Adega, em instalações modernas para a época, nas Azenhas do Mar, junto à Praia das Maças, contribuíram para destacar o Vinho Colares Chitas como um dos melhores da região, amplamente apreciado em todo o país.
“O meu avô chamava-se António Bernardino da Silva Chitas. Era o feitor do Manuel José Colares, que era um homem que exportava vinho para o Brasil. Assistiu à exportação e fazia isso tudo nesse tempo. Era um homem dedicado, um trabalhador distinto.
O Manuel José Colares tinha um filho, o Luís Augusto Colares. Era dono destes terrenos todos aí na área. Como não tinha mais família, distribuiu uma parte destas vinhas e adegas pelo meu avô.
Foi em 1898 que o meu avô começou a parte dele.“
Os filhos de António Bernardino da Silva Chitas – Hermenegildo, João e António (pai de António Bernardino Paulo da Silva) acompanharam-no, desde tenra idade, neste seu projeto de vida, ganhando gosto pela atividade e dando continuidade ao seu sonho.
Em 1898, a Adega Collares Chitas foi, então, fundada por António Bernardino da Silva Chitas.
No ano seguinte, os seus filhos adquiriram algumas adegas particulares que funcionavam na região desde metade do século XIX, alargando a esfera de ação da firma.
Nos primeiros tempos, o vinho era vendido, sobretudo, na região de Lisboa e exportado para o Brasil.
A crise socioeconómica mundial nos anos 30 do século XX teve um forte impacto nas vendas de vinho para o Brasil, afetando os comerciantes da região de Colares.
Um dos irmãos, António Bernardino da Silva Júnior, e o seu filho António Bernardino Paulo da Silva, neto do fundador da Adega, esforçaram-se por fazer face a esta crise, procurando recuperar as exportações do vinho, ampliando a sua distribuição para outros países da Europa e para os Estados Unidos da América.
Em 1944, António Bernardino da Silva Júnior cria a Adega Beira-Mar.
Maria de Jesus, esposa de Paulo da Silva, nasceu em 1936. Conheceram-se no Banzão, onde vivia e trabalhava no escritório do seu pai, Inocêncio Jorge da Silva, o qual tinha uma serração e também se dedicava a negócio do vinho.
Casaram-se em 1961 e, desde então, começou a colaborar também nos trabalhos da Adega Beira-Mar, tendo um papel muito importante no seu funcionamento e crescimento.
A qualidade de um vinho depende de vários factores. É de realçar a exposição da vinha, a natureza do solo, as castas, o sistema de cultura, o cuidado nas várias operações sobre as vinhas, mas também os processos de vinificação, os cuidados no fabrico, na conservação e no armazenamento.
A Adega Beira-Mar tem catorze marcas de vinhos: Beira Mar, Casal da Azenha, Colares Chitas, Ribamar, Beira Mar Reserva ou Garrafeira, Paulo da Silva, Carunchosa, Camejo, Casal Silva, Casal Chitas…
“Eu gosto deles todos. São vinhos maravilhosos. Têm paladares especiais.”
Ao longo do tempo, os vinhos de Colares da Adega Beira-Mar têm sido exportados para vários países:
Brasil, Estados Unidos da América, Holanda, Bélgica, Inglaterra, Alemanha e Noruega
A Adega Beira-Mar e as vinhas de chão de areia têm suscitado curiosidade e interesse por parte de estrangeiros, recebendo diversas visitas desde há muitos anos.
Era frequente os vinhos de Colares serem servidos em banquetes reais ou fazerem parte dos menus de refeições oferecidas a personalidades internacionais no Palácio Nacional de Sintra.
Paulo da Silva lembra a visita da Rainha Isabel II, em 1985.
Dada a sua reconhecida qualidade, os vinhos de Colares chegaram a fazer parte das ofertas da Presidência da República de Ramalho Eanes.
As diferentes marcas de vinhos Colares Chitas, Casal da Azenha, Carunchosa, Ribamar e Paulo da Silva Garrafeiras têm participado em concursos nacionais e internacionais ao longo dos tempos, alcançando diversos prémios mediante a atribuição de medalhas de ouro, prata, menções honrosas.
Sempre a investir em projetos futuros, António Bernardino Paulo da Silva comprou as Caves Visconde de Salreu a 7 de Julho de 1994.
Com capacidade para um milhão de litros, as Adegas de Salreu poderiam armazenar o seu vinho que estava na Junta Nacional de Vinhos, que, entretanto, fechou a dia 30 de Julho de 1994.
A Adega Beira-Mar tinha todos os tonéis e depósitos cheios de vinho.
As Caves foram mandadas construir pelo Visconde de Salreu no Banzão, em 1920. Projectado pelo arquitecto Norte Júnior, o edifício detinha condições muito boas à época para armazenar grandes quantidades de vinho em tonéis.
Mais tarde, já nos anos 60 do século XX, foi dotado com grandes depósitos que permitiam o armazenamento de cerca de um milhão de litros (ver litros), tal era o volume de exportações para o Brasil, Angola, Moçambique e outros países. Os vinhos desta Adega alcançaram grande qualidade.
O espaço tem condições muito especiais para um projecto futuro.
Nascido em 1927, com 93 anos, António Bernardino Paulo da Silva não pára, sempre ocupado e atento a tudo o que se passa nas vinhas, nas adegas, com os vinhos que produzem, com os trabalhadores e com a família.
Para si, o tempo é sempre pouco.
Muitas vezes podemos ouvi-lo dizer:
“O meu tio Joaquim Caetano disse para o meu pai:
– Ó António Chitas, tu não fazes a Adega?
– Faço, faço!
– Olha, António Chitas, se fizeres a Adega, eu dou-te o carneiro!
E deu o carneiro para o dia da inauguração da Adega!
A Adega Beira-Mar foi inaugurada em 1944, na altura da vindima.
O meu pai quis fazer já o vinho cá em baixo.
Naquele tempo, era um almoço no meio da Adega.
Matou-se aqui um porco. A gente tinha porcos, tinha vacas, tinha burros, cavalos…
A gente tinha tudo aqui assim.”
António Bernardino Paulo da Silva
Estes tonéis em madeira de castanho e mogno tinham pertencido à Casa de Ludgero Gomes, em Almoçageme, e que depois tinham sido entregues ao Tirol. Vieram para a Adega Beira Mar em troca de vinho.
Estes tonéis pertenciam à adega de António Bernardino da Silva Chitas, avô de Paulo da Silva. Foram recebidos pelo seu pai por partilhas entre os herdeiros e a Sociedade.