A Região.

Colares é uma região vinícola situada no concelho de Sintra, a oeste de Lisboa, junto ao oceano atlântico, perto da ponta mais ocidental da Europa continental, o Cabo da Roca.

Os vinhos DOC/DOP Colares têm denominação de origem controlada e protegida. É uma das nove denominações de origem da região de Lisboa e historicamente muito importante.

Esta pequena região, de extrema singularidade, com vinhas cultivadas em chão de areia, tem duas castas que lhe são próprias,: Ramisco e Malvasia de Colares.

O engenho para fazer face ao clima

Próxima do mar, esta região tem um clima particular, com temperatura amena e elevada humidade relativa, sofrendo a acção de ventos marítimos, por vezes, muito fortes.

Estas condições exigem a protecção das vinhas por meio de abrigos, tradicionalmente feitos, de modo artesanal, em cana ou em pedra, recursos que são naturais da região. Nas últimas décadas têm sido encontradas outras soluções com materiais de fabrico industrial que tornam mais fácil a construção dos abrigos.

A paisagem é marcada por este engenho que diversas gerações construíram, e ajudaram a manter, com o objectivo de defender a cultura das vinhas em solos de areia junto ao mar.
O cultivo em chão de areia é muito exigente, pois implica que a areia seja retirada até se alcançar o solo argiloso, onde são “unhadas” as varas de pé franco que irão criar as raízes das videiras.

São precisos vários anos para repor a areia, misturada com estrume, para que as vinhas entrem em plena produção.

A manutenção constante das vinhas é fundamental, sendo necessário elevar os seus braços por meio de “pontões” e tapar os cachos com folhas, de modo a evitar que as uvas se queimem com a reflexão do sol na areia.

Uma história de resistência e de resiliência

Remonta à Antiguidade a referência à qualidade dos vinhos da Lusitânia, área ocidental da Península Ibérica.
Em 1154, o foral outorgado a Sintra por D. Afonso Henriques menciona a cultura da vinha.

Nos forais atribuídos a Colares por D. Afonso III, em Maio de 1255, e por D. Manuel I, a 10 de Novembro de 1516 constavam incentivos à plantação de vinhas.
Colares foi sede de concelho entre 1255 e 1855, ano em que foi integrada como freguesia no concelho de Sintra.
Ao longo dos séculos, os vinhos desta região foram ganhando importância, mas foi no século XIX que alcançaram maior prestígio e se tornaram mais conhecidos.

Na época, a filoxera tinha dizimado as vinhas da Europa, afectando também, sobretudo a partir de 1865, a maior parte das regiões vinícolas de Portugal.
Profundamente afectada, a produção vinícola francesa tinha ficado arruinada, enquanto que os vinhedos de Colares conseguiram sobreviver a esta praga de insectos (afídio), devido à elevada profundidade das suas raízes, protegidas pelo solo arenoso.
As castas Ramisco e Malvasia da região de Colares, a par da casta Assyrtiko, da ilha vulcânica de Santorini, na Grécia, são duas das únicas três que sobreviveram à filoxera no século XIX, que não conseguiu atingir as suas raízes.
Esta capacidade de sobrevivência das vinhas de Colares contribuiu para valorizar e divulgar os vinhos da região, já antes muito apreciados.
Mais tarde, o problema da filoxera na Europa foi resolvido através do cruzamento de cepas europeias com norte americanas, imunes ao insecto.

Na viragem do século XIX para o XX, grande parte da área cultivada na região de Colares era ocupada por vinhas de casta ramisco, plantadas em chão de areia.

Região Demarcada

Com a denominação de Collares, esta região vinícola foi demarcada em 1908 por Carta de Lei, de 18 de Setembro, posteriormente regulamentada pelo Decreto de 25 de Maio de 1910.

Circunscrita às freguesias de Colares, São Martinho e São João das Lampas, a região abrange os terrenos de areia solta da era terciária que se encontram sobre uma área argilosa do período Cretáceo (145 a 65 milhões de anos).
É neste solo que as videiras criam e desenvolvem as suas raízes. É aqui que é produzido o Vinho Regional de Colares, cuja singularidade é há muito reconhecida.

A 15 de Agosto de 1931 foi fundada a Adega Regional de Colares para garantir a qualidade e certificar a origem dos vinhos da região demarcada de Colares, estabelecida pelo Decreto de 25 de Maio de 1910.

Alguns anos depois, o Decreto-lei nº 24.500, de 19 de Setembro de1934, estabeleceu a área da região vinícola de Colares e definiu medidas de protecção à produção e comercialização dos vinhos.

A Adega Regional de Colares ficou com a responsabilidade exclusiva da produção do vinho de Colares e da fiscalização do seu processo de produção a partir de vinhas cultivadas em solo de areia.

O Decreto exigia ainda que os vinhos tivessem um estágio não inferior a dois anos para assegurar a sua qualidade.

Em 1994, o Decreto-Lei n.º 235/94, de 15 de Setembro, cessa as funções atribuídas à Adega Regional de Colares, de disciplina e controlo da produção e do comércio dos vinhos da região.

E a 29 de Setembro do mesmo ano, o Decreto-Lei n.º 246/94, de 29 de Setembro aprova os estatutos das Regiões Vitivinícolas de Bucelas, Carcavelos e de Colares.

Este Decreto delimita a área de produção dos vinhos de Colares, identifica as castas autóctones da região demarcada – Ramisco e Malvasia de Colares –, salienta práticas culturais associadas ao cultivo das vinhas em chão de areia e define um estágio mínimo para os vinhos tintos (18 meses em vasilhame de madeira e 6 meses em garrafa) e para os vinhos brancos (6 meses em vasilhame de madeira e 3 meses em garrafa).

São vinhos de produção reduzida que necessitam de estágios prolongados para atingir o seu maior potencial.

O vinho tinto é feito com 80% de uvas da casta Ramisco e 20% de outras castas, prevalecendo as castas Molar e João Santarém.

O vinho branco é feito com 80% de uvas da casta Malvasia de Colares e 20% de outras castas.

Uma região ameaçada

A expansão urbana e a pressão imobiliária no litoral têm contribuído para o abandono das vinhas de chão de areia.

O trabalho especializado, as despesas de manutenção das vinhas e os custos de produção dos vinhos, bem como a frequência da adulteração dos vinhos com castas não provenientes de chão de areia, configuram fortes ameaças à continuidade da produção de vinhos com a qualidade e a especificidade que a região tem vindo a conquistar ao longo do tempo.

A Região.

Colares é uma região vinícola situada no concelho de Sintra, a oeste de Lisboa, junto ao oceano atlântico, perto da ponta mais ocidental da Europa continental, o Cabo da Roca.

Os vinhos DOC/DOP Colares têm denominação de origem controlada e protegida. É uma das nove denominações de origem da região de Lisboa e historicamente muito importante.

Esta pequena região, de extrema singularidade, com vinhas cultivadas em chão de areia, tem duas castas que lhe são próprias,: Ramisco e Malvasia de Colares.

O engenho para fazer face ao clima

Próxima do mar, esta região tem um clima particular, com temperatura amena e elevada humidade relativa, sofrendo a acção de ventos marítimos, por vezes, muito fortes.

Estas condições exigem a protecção das vinhas por meio de abrigos, tradicionalmente feitos, de modo artesanal, em cana ou em pedra, recursos que são naturais da região. Nas últimas décadas têm sido encontradas outras soluções com materiais de fabrico industrial que tornam mais fácil a construção dos abrigos.

A paisagem é marcada por este engenho que diversas gerações construíram, e ajudaram a manter, com o objectivo de defender a cultura das vinhas em solos de areia junto ao mar.
O cultivo em chão de areia é muito exigente, pois implica que a areia seja retirada até se alcançar o solo argiloso, onde são “unhadas” as varas de pé franco que irão criar as raízes das videiras.

São precisos vários anos para repor a areia, misturada com estrume, para que as vinhas entrem em plena produção.

A manutenção constante das vinhas é fundamental, sendo necessário elevar os seus braços por meio de “pontões” e tapar os cachos com folhas, de modo a evitar que as uvas se queimem com a reflexão do sol na areia.

Uma história de resistência à filoxera

Remonta à Antiguidade a referência à qualidade dos vinhos da Lusitânia, área ocidental da Península Ibérica.
Em 1154, o foral outorgado a Sintra por D. Afonso Henriques menciona a cultura da vinha.

Nos forais atribuídos a Colares por D. Afonso III, em Maio de 1255, e por D. Manuel I, a 10 de Novembro de 1516 constavam incentivos à plantação de vinhas.
Colares foi sede de concelho entre 1255 e 1855, ano em que foi integrada como freguesia no concelho de Sintra.
Ao longo dos séculos, os vinhos desta região foram ganhando importância, mas foi no século XIX que alcançaram maior prestígio e se tornaram mais conhecidos.

Na época, a filoxera tinha dizimado as vinhas da Europa, afectando também, sobretudo a partir de 1865, a maior parte das regiões vinícolas de Portugal.
Profundamente afectada, a produção vinícola francesa tinha ficado arruinada, enquanto que os vinhedos de Colares conseguiram sobreviver a esta praga de insectos (afídio), devido à elevada profundidade das suas raízes, protegidas pelo solo arenoso.
As castas Ramisco e Malvasia da região de Colares, a par da casta Assyrtiko, da ilha vulcânica de Santorini, na Grécia, são duas das únicas três que sobreviveram à filoxera no século XIX, que não conseguiu atingir as suas raízes.
Esta capacidade de sobrevivência das vinhas de Colares contribuiu para valorizar e divulgar os vinhos da região, já antes muito apreciados.
Mais tarde, o problema da filoxera na Europa foi resolvido através do cruzamento de cepas europeias com norte americanas, imunes ao insecto.

Na viragem do século XIX para o XX, grande parte da área cultivada na região de Colares era ocupada por vinhas de casta ramisco, plantadas em chão de areia.

Região Demarcada

Com a denominação de Collares, esta região vinícola foi demarcada em 1908 por Carta de Lei, de 18 de Setembro, posteriormente regulamentada pelo Decreto de 25 de Maio de 1910.

Circunscrita às freguesias de Colares, São Martinho e São João das Lampas, a região abrange os terrenos de areia solta da era terciária que se encontram sobre uma área argilosa do período Cretáceo (145 a 65 milhões de anos).
É neste solo que as videiras criam e desenvolvem as suas raízes. É aqui que é produzido o Vinho Regional de Colares, cuja singularidade é há muito reconhecida.

A 15 de Agosto de 1931 foi fundada a Adega Regional de Colares para garantir a qualidade e certificar a origem dos vinhos da região demarcada de Colares, estabelecida pelo Decreto de 25 de Maio de 1910.

Alguns anos depois, o Decreto-lei nº 24.500, de 19 de Setembro de1934, estabeleceu a área da região vinícola de Colares e definiu medidas de protecção à produção e comercialização dos vinhos.

A Adega Regional de Colares ficou com a responsabilidade exclusiva da produção do vinho de Colares e da fiscalização do seu processo de produção a partir de vinhas cultivadas em solo de areia.

O Decreto exigia ainda que os vinhos tivessem um estágio não inferior a dois anos para assegurar a sua qualidade.

Em 1994, o Decreto-Lei n.º 235/94, de 15 de Setembro, cessa as funções atribuídas à Adega Regional de Colares, de disciplina e controlo da produção e do comércio dos vinhos da região.

E a 29 de Setembro do mesmo ano, o Decreto-Lei n.º 246/94, de 29 de Setembro aprova os estatutos das Regiões Vitivinícolas de Bucelas, Carcavelos e de Colares.

Este Decreto delimita a área de produção dos vinhos de Colares, identifica as castas autóctones da região demarcada – Ramisco e Malvasia de Colares –, salienta práticas culturais associadas ao cultivo das vinhas em chão de areia e define um estágio mínimo para os vinhos tintos (18 meses em vasilhame de madeira e 6 meses em garrafa) e para os vinhos brancos (6 meses em vasilhame de madeira e 3 meses em garrafa).

São vinhos de produção reduzida que necessitam de estágios prolongados para atingir o seu maior potencial.

O vinho tinto é feito com 80% de uvas da casta Ramisco e 20% de outras castas, prevalecendo as castas Molar e João Santarém.

O vinho branco é feito com 80% de uvas da casta Malvasia de Colares e 20% de outras castas.

Uma região ameaçada

A expansão urbana e a pressão imobiliária no litoral têm contribuído para o abandono das vinhas de chão de areia.

O trabalho especializado, as despesas de manutenção das vinhas e os custos de produção dos vinhos, bem como a frequência da adulteração dos vinhos com castas não provenientes de chão de areia, configuram fortes ameaças à continuidade da produção de vinhos com a qualidade e a especificidade que a região tem vindo a conquistar ao longo do tempo.

Tonéis nºs 7, 8, 9, 10

Estes tonéis em madeira de castanho e mogno tinham pertencido à Casa de Ludgero Gomes, em Almoçageme, e que depois tinham sido entregues ao Tirol. Vieram para a Adega Beira Mar em troca de vinho.

Tonéis nº 11 e 12

Estes tonéis pertenciam à adega de António Bernardino da Silva Chitas, avô de Paulo da Silva. Foram recebidos pelo seu pai por partilhas entre os herdeiros e a Sociedade.